quinta-feira, 27 de outubro de 2011

SINTO FALTA...

Sinto saudade do que não tive
E sinto falta do que não sei como é
Sinto um pedaço de mim arrancado
E uma fissura talvez irremediável
A partir-me em duas partes desiguais
Sinto o calor que nunca me aqueceu
E o frio de um gelo que não experimentei
Bem como a suavidade de um toque
E o nó que só uma alma solitária sente
No coração que se descompassa
Cada vez mais e mais.

Sinto que queria viver uma história
E que essa história seria bela
Como se acendesse na escuridão uma vela
De pura luz dourada a iluminar
Sinto o brilho de um olhar que fala
Quando uma boca vermelha se cala
E ouço as palavras que nunca disse
As que acredito que nunca dirá,
Envolvendo-me como se meu sentir
Pudesse fazer o "faz de conta"
Realizar-se plenamente, enfim...

(27/out/2011)



Por transitarmos na vida imortal através de encarnações diversas, a alma as vezes sente-se incompleta, por mais que esteja feliz. Isso tem a ver com a realidade do espírito, realidade que fica noutra dimensão, e até com almas que não estão encarnadas conosco, no momento. Mas o afastamento é aparente, apenas material e temporário, pois o amor não se submete à distância.

sábado, 22 de outubro de 2011

BAILAR PARA DEUS

Toca, Senhor!
A música que fará
Minha alma bailar
Perante os teus olhos
de Luz e de Amor.

Segura, Senhor!
Minhas mãos,
Para que eu não caia
Embora enlevada
Pelo som do Teu carinho.

Ensina-me, Senhor!
A dançar no ritmo
Dos Passos Teus!
Leva-me, cativa-me!
Quero bailar para Ti...

(21/out/2011)

A alma que aprende a amar Deus, tem a sensação de que sua vida se torna segura e feliz com a presença do Pai. É para ele que jornadeia a estrada, é para alcançá-Lo que evolui, é por Amor, para retribuir o grande Amor que recebe, que ela vive. E vive feliz.

NÃO QUERO DIZER ADEUS


Não quero dizer adeus
Não foram suficientes os anos que se passaram
Não foi bastante ver teu riso, nem ouvir tua voz.

Não quero dizer adeus
E ter que esperar um tempo que parece infinito
Para te abraçar outra vez, para te falar do meu amor.

Não quero dizer adeus
Por isso não te falarei adeus.
Dou-te um saudoso "até breve"!

A vida nos prega peças
Afasta os que se querem sem avisar
Faz parecer que chegou o fim...

Mas a morte é apenas um passo
Dado em direção da vida eterna,
E na vida, um dia, irei te reencontrar.

Não te direi adeus...

(22/out/2011)


A morte é separação exclusivamente física e temporária para os que se amam.
A vida encarrega-se de reunir as almas afins, quando a hora chega.
Saudade sim... desespero não.
Confiemos em Deus.

APAIXONO-ME!


Apaixono-me pela vida que sorri
A cada nascer e pôr-de-sol.
E pelos sorrisos mais largos
Que tudo dizem sem palavras.

Apaixono-me pelos olhares
Que deixam-me entrever a alma
E pelas mãos que cumprimentam
E sei que podem acariciar.

Apaixono-me por histórias
As que ouço, as que desvendo,
E pelas que posso imaginar
Por detrás das que um dia ouvi.

Apaixono-me todo dia
Por tudo que Deus fez
E por todo aquele que toca
A alma alheia com amor.

(21/out/2011)


O termo "apaixonar" é usado aqui em sua conotação de interessar-se vivamente por algo, a ponto daquilo passar a ser de fundamental importância na existência do apaixonado. A paixão, diz o Espiritismo, é comparável a um cavalo, útil quando governado e perigoso quando governa (LE 908). Apaixonemo-nos pelas pessoas, pelas coisas, pela natureza, pela vida, sempre mantendo o controle sobre esse interesse vivo, lembrando que quem sabe que hoje constrói seu futuro, não deixará de se governar.

QUERO...


Quero um amor sem perguntas
E perguntas sem respostas
Quero que fale o coração
E que ouça a alma...

Quero a ausência de pecado
E a liberdade de sentir
Quero tudo, menos o medo
De ter medo de viver.

Quero ser inteira
Mesmo sendo metade
Daqueles sonhos
Que compartilhei.

Quero, se preciso,
A lágrima que declara
Há terra fértil em mim!
Recuso um coração sem amor.

(19/out/2011)


Não há pior doença para a alma do que a falta de um sentimento que a harmonize com o Criador. E o amor, em todas as suas expressões nobres, é o maior de todos os medicamentos.

PODERÁ AMAR?

Quem nunca me viu, poderá me amar?
Quem nunca chorou comigo, poderá me amar?
Quem nunca riu comigo, poderá me amar?
Quem nunca silenciou comigo, poderá me amar?

O que faz o amor nascer?
É somente a presença física?
A alma não fala a distância?
Não sente, não sofre, não pede?

Quem nunca viu o por do sol comigo, poderá me amar?
Quem nunca caminhou comigo, poderá me amar?
Quem nunca me deu a mão, poderá me amar?
Quem nunca velou meu sono, poderá me amar?

O amor não precisa da presença
Embora "olhos nos olhos" realimente o amor.
O amor nasce porque almas se reconhecem,
Permanece se for realmente amor.

(17/out/2011)


A virtualidade do amor não existe por causa da internet, sempre foi assim. Amores que surgiram e se realimentaram por causa de afinidades por artistas, escritores, por alguém que surgiu de um modo diferente e ficou na correspondência de sentimentos e palavras embora a distância. Isso prova que amor é diferente de sexo/desejo, ele existe de muitos modos (amizade não é amor?), por muitas pessoas, em muitos graus de profundidade, e não deixa de existir se realmente for amor.

domingo, 16 de outubro de 2011

PELA ALMA

Há lágrimas que são choradas
Há raivas que são vividas
Há mágoas que são feridas
Há tristezas bem escondidas...
Só na alma.

Há esperanças silenciosas
Há alegrias que ninguém vê
Há sonhos que são sonhados
Há amores compartilhados...
Só na alma.

A vida vibra mais viva
A dor nasce e morre
O amor se instala eternamente
O coração bate e suspira...
Pela alma.

(15/out/2011)


Encarnamos para que todas as nossas experiências transformem nossa alma em seres superiores em virtudes. Muitas dessas nossas experiências são desconhecidas do próximo, pois os olhos e coração do espírito humano veem e bate num compasso diferente dos órgãos físicos da encarnação.


E DEUS MANDOU VOCÊ


Foi num passado distante
Que eu te disse adeus.
Dividida a estrada trilhada
Fui para tão longe, viver.

Não foi por nada não
Apenas aconteceu
O fato é que eu precisava
Estar só para crescer.

Mas pedi tanto a Deus
E Deus nunca negou
Auxílio para caminhar
Forças para prosseguir.

E Ele mandou você
Que trilha outra estrada,
Mas está perto o bastante
Para me estender a mão.

(13/out/2011)


Não é esse o papel dos amigos em nossas vidas?


terça-feira, 11 de outubro de 2011

ESPEREI...


Eu te esperei, você não veio
Não sei se foi algo que fiz,
Se foi algo que disse (disse?)...
Não enxerguei seus olhos
Voltados em minha direção
Como tem sido sempre.
Não sei se foi algo que viu
Ou algo que não ouviu...

Eu esperei por você,
Você não veio... não veio...
Sei que posso esperar
Mas devo continuar adiante.
Entre rápidas olhadas para trás
Para ver se você virá (virá?),
Na (in)certeza do sim - quiçá do não...
Buscarei meu destino adiante.

(11/out/2011)


Muitas vezes sofre-se a confusão dentre as diversas possíveis escolhas a tomar para alcançar o caminho da felicidade. Quando se acredita que a felicidade depende de outrem, normalmente torna-se mais difícil de ser alcançada, porque é preciso saber primeiro ser feliz consigo, para conseguir viver feliz com a pessoa que se ama.

domingo, 9 de outubro de 2011

DESEJÁVEL SAUDADE...


E embora a saudade nos exija
O toque que não sentimos,
O beijo que não damos,
O abraço que não recebemos
E as palavras que não trocamos,
Não é mais bela e desejável
Do que a total ausência de amor
E a posse de um coração indiferente?


Na Terra a saudade se assemelha a um sofrimento espiritual que chega ocasionar dor física quando a ela nos entregamos. Mas, em sã consciência, escolheria alguém o não amar para não sentir a dolorosa falta de outrem? Um dia, quando moralizarmos a alma, a saudade será apenas a alegria do amor que se sente por alguém temporariamente ausente, que não está perdido para nós de modo algum.

sábado, 8 de outubro de 2011

AFINIDADES INEXPLICÁVEIS



Se um coração reconhece outro
Se sem palavras os olhares se falam
Se o pensamento alheio é compreendido
Se sonhos são encontros especiais
Se nunca se falam mas conversam
Se se pressente quem o outro é
Se não importa a distância social
Se não faz diferença o que não se sabe
Se existe uma confiança natural
Se não é preciso motivos para lembrar
Se a curiosidade se mistura com saudade...

São afinidades inexplicáveis
Que só as almas sabem sentir.
Vidas amigas ou amantes
Que se conhecem de outras vidas
E que na encarnação, por trás das aparências,
Souberam se achar e se reconhecer.

(08/10/2011)


As almas não estão exiladas, não ficam solitárias durante a encarnação. Muitas almas afins encarnam próximas e ainda que não se contatem com a intimidade de um relacionamento familiar ou de amizade, pressentem-se, visitam-se, reconhecem-se. As vezes a vida não permite uma integração social estreita entre tais seres afins, que em vigília nem percebem a afinidade, mas espiritualmente eles sabem que o outro está por perto, encontram-se em desdobramento, conversam, minimizam a saudade que sentem de sua grande amizade ou seu grande amor.