quinta-feira, 21 de junho de 2012

DESESPERADA SOLIDÃO



Sofre só e as vezes chora,
Quer pular de um precipício
Saltar para o esquecimento
Ousar arrancar os cabelos
Gritar com tal desprezo,
Dizer que ao mundo detesta
Porque sofre tão só...
Sofre sozinha tendo mãos
Estendidas por perto,
Mãos que pedem e se ofertam!
E no seu medo de exposição
Nega a que se lhe dá, 

Segura a que lhe pede,
Pois teme ser vista, conhecida,
Não ser amada - crê-se relegada!
Tem um quê de convicção
Que se conhecerem seu coração
A ela não poderão amar...
E por ter medo, um medo gelado,
Dá somente à solidão
O direito de entrar em sua vida
Antes que se desespere
Sem ter ninguém mais
Que com ela permaneça
A acalente e mostre presença
Que a faça escutar certezas:
"Só?... jamais... jamais..."

(21/jun/2012)


Não podemos confundir a solidão das nossas dificuldades de amar e ser amados, de nos relacionarmos, de merecer afeto alheio embora as imperfeições que carregamos, com a intransferível responsabilidade de evoluir individualmente.


Nenhum comentário:

Postar um comentário