terça-feira, 28 de agosto de 2012

SE EU MORRESSE HOJE...

Se eu morresse hoje, não levaria culpas doentias de quem sentiu remorso e nada fez. Levaria a certeza de ter admitido os meus equívocos e feito tudo que sabia, que podia e um pouco mais, para corrigi-los.

Se eu morresse hoje, não carregaria mais um coração desconfiado e triste, incapaz de amar. Levaria uma alma inteira pulsando no ritmo de um coração que ama e que se deixa amar.

Se eu morresse hoje, não partiria inteira, pois a amar nos divide ainda que permaneçamos íntegros em nossa essência; deixaria vários pedaços de mim, cada um de um tamanho, todos palpitando de saudades desde já.

Se eu morresse hoje, não sentiria que venci, mas olharia minha vida com alguma nostalgia, grata por ter conseguido aproveitar algumas oportunidades de fazer mais do que o pouco que antes um dia fiz.

Se eu morresse hoje, entregaria meu corpo para manter a vida de outrem, sabendo que a verdadeira vida me pertence, um derradeiro gesto nobre para quem quase nada realizou materialmente pelo próximo, apenas usou a voz e os dedos das mãos para falar e escrever.

Se eu morresse hoje, pensaria que foi cedo demais, que tinha tanto para aprender e ensinar, para amar e demonstrar, que minha alma ansiava pela partida, mas no tempo certo; no entanto, não me rebelaria à vontade de Deus.

Se eu morresse hoje... ah, se eu morresse... em breve planejaria meu retorno, o Céu ainda não é meu lugar, mas a Terra... ela eu tenho certeza que posso ajudar.


(27/ago/2012)

Morrer todos iremos, efêmera que é a matéria. No entanto, poucos estão prontos para morrer hoje ou amanhã, pois embora acreditem na imortalidade da alma, pouco tempo dedicam apensar nas bagagens que estão acumulando para a alma carregar. É preciso pensar no que se faz da vida, pois isso é o que dirá como será o nosso amanhã.

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